Projeto de educomunicação cria cartilha com idosas para combater mensagens falsas no WhatsApp

Maria Eduarda Vasconcelos

Participante do projeto educomunicativo, de 82 anos (Foto: Livia Alves)

Você sabe como identificar uma notícia falsa enviada pelo WhatsApp? E já parou para pensar o quanto deve ser difícil para idosos fazerem esta identificação? Pois é, muitas vezes nós não conseguimos ter essa noção, e acabamos compartilhando em massa uma informação totalmente errada. De acordo com uma matéria do site Tecnoblog, quando uma mensagem é muito compartilhada no WhatsApp, recebe uma etiqueta com duas setas, e essa sinalização indica que a mensagem viralizou e acabou sendo compartilhada em massa.

Mediante esta informação, a aluna do 7º termo de jornalismo da Escola de Comunicação e Estratégias Digitais da Unoeste, Lívia Alves, desenvolveu um projeto de educomunicação com o objetivo de promover a criação de uma cartilha sobre como reconhecer e denunciar mensagens falsas no Whatsapp, tanto de notícias, quanto de golpes, com idosas da Casa de Repouso Vila da Fraternidade, em Presidente Prudente. De acordo com a estudante, a escolha do local para a realização do projeto foi feita através de pesquisas e por fim esta deu certo.

Lívia disse que optou trabalhar com idosos por se tratar de um nicho que facilmente cai em golpes e notícias falsas, quanto se trata das redes sociais, e além disso por querer gerar mais conhecimento e aprendizado para eles no dia a dia.

“Eu pensei nos idosos por serem pessoas fáceis e gentis de trabalhar, o que acaba ajudando na hora da aplicação, além dos mesmos serem muitos simpáticos e fofos.”


A REALIZAÇÃO DO PROJETO

O projeto educomunicativo de criação da cartilha foi realizado com três idosas, de 74 a 85 anos, moradoras da casa de repouso, Vila Da Fraternidade, que consomem WhatsApp frequentemente. Foram quatro encontros até o fim do projeto, onde fizeram a parte teórica, prática e final, com os resultados.

A aluna Livia Alves junto de duas idosas que participaram da realização do projeto educomunicativo (Foto: Livia Alves)

No primeiro encontro, a aluna Livia fez uma dinâmica com as idosas para entender os costumes delas com a internet e redes sociais, problematizou a situação da temática tratada na cartilha e colheu opiniões para criar os modos de atividades que passaria, e por fim explicou seu objetivo com elas e o motivo dele.

No segundo encontro, houve o início da teoria mais clara. Foram exibidos vídeos sobre casos de pessoas que foram vítimas de notícias falsas, dicas de identificação e denúncia e explicação do Projeto de Lei nº 2630, de 2020, que criminaliza a propagação de Fake News na Internet, seguido de questionamentos das senhoras. Ainda no segundo encontro, após a teoria, houve o início da produção da cartilha: iniciaram escrevendo a forma de propagação das mensagens e introdução das orientações de reconhecimento e denúncia.

No terceiro encontro, houve a continuação da produção e o término da cartilha. Após isso, elas começaram a escrever as dicas de reconhecimento, inseriram fotos, escreveram as dicas de denúncia, escolheram as cores das palavras dos textos e inseriram o título e a foto de capa.

No quarto e último encontro, Lívia fez entrevista com a coordenadora Ana Paula e com outras três moradoras da Casa de Repouso para saber mais opiniões sobre o método de produção e sobre o resultado da cartilha.


RESULTADO: A CARTILHA

O título da cartilha é “Combate às mensagens falsas no WhatsApp”, e possui cinco páginas ao todo. Sua estrutura ficou da seguinte forma:
  • Na primeira página é onde está localizada a capa e o título;
  • Nas páginas dois, três e quatro há imagens e conteúdos explicativos sobre como ocorre a propagação de mensagens falsas no WhatsApp e dicas para ajudar a identificar e denunciar estas mensagens;
  • E na última página há os créditos para as moradoras da Vila e para a estudante, junto com uma breve explicação sobre o projeto.

Prints da Mini Cartilha (Artes: Reprodução)

Como resultado do projeto de educomunicação, a aluna Lívia disse que as idosas gostaram muito da experiência e que foi de grande aprendizado. A aluna também ressaltou que, para si mesma, o projeto surgiu como uma tentativa de ajudar pessoas a se protegerem das notícias falsas e dos golpes, e que foi de grande aprendizado pessoal e profissional.

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