Autoestima preta é abordada em websérie de aluna do 8º termo de jornalismo

Ao todo, o projeto contou com a participação de três mulheres, além da autora (Foto: Daniela Silva)

Entre a Educação e a Comunicação, encontramos a Educomunicação. Seu principal objetivo é promover o ensino através de uma metodologia que permite o aprendizado de forma dinâmica, utilizando recursos como a tecnologia e engajando o indivíduo em seu processo educativo. 

Partindo desse pressuposto, alunos do 8º termo do curso de Jornalismo da Universidade do Oeste Paulista, desenvolveram projetos de intervenção para a disciplina de Comunicação e Educação. Apesar dos públicos e temas serem diversificados, o propósito era o mesmo: transformar pessoas e ambientes. 

E é justamente aí que entra a aluna Daniela Pereira da Silva, autora do trabalho “Autoestima preta: o uso da educomunicação para a produção de websérie sobre o racismo na estética da mulher negra”. 

COMO TUDO COMEÇOU

A jovem conta que a ideia de abordar a temática surgiu a partir de uma percepção pessoal que teve de sua vida. Vítima dos padrões racistas impostos pela sociedade, Daniela cresceu com a dificuldade de enxergar beleza em si, duvidando, muitas vezes, de sua capacidade e suficiência: “Como é que eu vou me sentir bonita, inteligente e confiante se eu passei a vida toda ouvindo que sou o oposto e pior de tudo, acreditando nisso?". 

Movida pela sede de promover uma discussão sobre a autoestima preta, não polpou esforços ao elaborar uma websérie de três episódios, com relatos fortes de três mulheres pretas, vítimas de racismo. 

LUZ, CÂMERA, AÇÃO

Ao decorrer dos encontros, as personagens puderam participar de todas as etapas de produção do trabalho e, apesar do pouco tempo que teve para editar o material, Daniela conseguiu atingir seu objetivo, levando conhecimento através de cada gravação que, por sinal, foi sua parte favorita: “Os relatos colhidos eram tão deprimidos e pesados e ao mesmo tempo tão ricos e transformadores. Eu não via a hora de ter aquela websérie pronta”, conta. 

Ao finalizar o material, a autora conta que o feedback não poderia ter sido melhor. As participantes se sentiram ouvidas, acolhidas e satisfeitas por terem a oportunidade de contarem suas histórias ao público.


O TRABALHO DA MINHA VIDA

É assim que a futura jornalista define seu projeto de Educomunicação. Aplicando o conhecimento que adquiriu em sala de aula, como apuração, escolha das fontes, técnicas de entrevista e produção, a aluna se encontrou em cada história relatada pelas participantes do trabalho,  de tal forma que pôde concluir o projeto com excelência e muita satisfação: “Esse projeto me impactou de todas as formas. É como se eu tivesse esperado os 4 anos da graduação para produzi-lo, eu brinco que é o trabalho da minha vida. E é mesmo”, e não é para menos. O resultado foi tão positivo que Daniela teve seu trabalho eleito como o melhor, dentre 27 projetos apresentados no 6º Colóquio de Comunicação e Educação da Escola de Comunicação e Estratégias Digitais da universidade. A conquista foi uma surpresa para a aluna, mas os aplausos arrancados do público não.

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