Projeto educomunicativo oferece prática cidadã para dependentes químicos
Na última quarta-feira, 22, foi realizado o 1º Colóquio de Comunicação e Educação da Faculdade de Comunicação de Presidente Prudente (Facopp). Dentre os 35 projetos apresentados, um deles tinha como público-alvo uma parcela vulnerável da sociedade: os dependentes químicos em recuperação que integram o Projeto Cristolândia. Trata-se do “Projeto Interrogação: experiência educomunicativa para o exercício da cidadania”, realizado pelo estudante de Jornalismo, Paulo Ribeiro.
O Colóquio apresentou os resultados dos projetos desenvolvidos pelos alunos do oitavo termo de Jornalismo, que cursam a disciplina Educação e Comunicação, em que foram ensinadas ao longo do último semestre deste ano as teorias de mídia-educação e educomunicação. O projeto Interrogação, especificamente, trabalhou com a segunda teoria, que pode ser entendida como um conjunto de ações que visam melhorar a comunicação dentro dos ambientes ao democratizar os recursos de informação.
Paulo Ribeiro já conhecia o Projeto Cristolândia, que recebe apoio da Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira, e todas as atividades que são realizadas de forma a contribuir com a recuperação dos dependentes químicos em situação de rua. Então, quando surgiu a oportunidade de trabalhar a educomunicação fora da universidade, buscou por esse público com o ideal de que poderia contribuir com o desenvolvimento daquelas pessoas.
Paulo acredita que ao compartilhar conhecimento, abre-se a possibilidade para que os sujeitos envolvidos desenvolvam senso crítico e tenham a chance de ser um cidadão, de fato, auxiliando na reinserção deles nos espaços sociais.
A proposta do projeto é que os participantes realizassem uma entrevista coletiva com um convidado que falaria sobre mercado de trabalho, no caso, o gestor de pessoas, Fábio Nogueira. Para isso, ele precisou capacitar todos os envolvidos acerca de como se dá a prática jornalística, desde a pauta, que é um roteiro de entrevista e histórico do assunto a ser tratado, até como deveriam se portar no momento da coletiva.
Vídeo explicativo foi publicado no YouTube |
“No início, eles hesitaram um pouco, sem saber se conseguiriam realizar as atividades, pois muitos deles não sabiam ler, mas ao longo das reuniões eles foram se soltando”, disse Paulo sobre a recepção que recebeu ao conversar com os participantes pela primeira vez. Foram quatro encontros até a realização da entrevista coletiva.
O resultado surpreendeu Paulo, pois “o nível de conhecimento era baixo, mas todo mundo conseguiu desenvolver pautas e participar da entrevista”, afirmou. Além disso, as atividades realizadas superaram a inicialmente proposta, pois dois alunos se propuseram a fotografar o evento enquanto outro se ofereceu para desenhar uma charge.
Ao final do projeto, Gilvan Camilo, o missionário responsável pelo Projeto Cristolândia, destacou a importância de se falar sobre mercado de trabalho, uma vez que os participantes estão fora dele devido à incapacidade provocada pelo vício. Ele acrescentou que diante disso, os alunos são estimulados a voltar ao mercado e reconquistar um emprego que os ajudem a retomar suas vidas.
Embora não tenha sido publicado no ambiente online nem impresso, dada a natureza do resultado, um vídeo produzido por Paulo foi postado em rede social com fotos dos encontros, alguns momentos da entrevista coletiva e depoimentos dos participantes. Confira o vídeo clicando aqui.
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Nome do projeto: "Projeto Interrogação: experiência educomunicativa para o exercício da cidadania"
Ano: 2017
Autor: Paulo Ribeiro
Solicite a peça teórica do projeto: thaisa@unoeste.br
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